Foto:
Fernando Gomes / Agencia RBS
Para diminuir a superlotação dos depósitos de veículos, o Detran gaúcho iniciou há quatro anos um projeto que já reciclou mais de 16 mil carros. Na ação, eles são triturados e transformados em aço para a indústria ou para a construção civil.
Conforme o chefe da Divisão de Depósitos do Detran, Antônio Barbará, a
maioria dos estabelecimentos está abarrotada. Os cerca de 180 Centros
de Remoção e Depósito (CRDs) em atividade no Estado têm, atualmente,
mais de 94 mil veículos, 45% deles com possibilidade de
serem reciclados. A atividade também reduz o impacto ambiental gerado
pelos veículos parados há anos nos depósitos e impede o uso indevido de
peças.
— Nosso objetivo é que os depósitos tenham espaço adequado para atender as pessoas, reduzindo a poluição visual das cidades. Também queremos evitar que os veículos poluam o solo com seus resíduos e favoreçam a proliferação de insetos — afirma Barbará.
Segundo o Detran, são destinados à trituração veículos abandonados há mais de dois anos e que não podem ser leiloados por restrições administrativas, judiciais ou policiais. Barbará explica que são unidades não identificadas, clonadas ou adulteradas, sem segurança para circular. Também são destinados à reciclagem veículos estrangeiros, queimados ou soldados, máquinas agrícolas sem legalização, bicicletas, motores e peças apreendidos em desmanches. Atualmente, são 42 mil unidades nessa situação nos depósitos gaúchos.
O processo de reciclagem é realizado em quatro locais diferentes. Primeiro, o Detran realiza um levantamento do número de veículos a serem reciclados e estima o peso do material ferroso, que é leiloado na Central de Licitações do Estado (Celic). No último leilão, o quilo do aço foi comprado a R$ 0,36, o dobro do preço de mercado, que gira em R$ 0,18, segundo Barbará. A empresa vencedora da disputa fica responsável por todo o trabalho de reciclagem, que é supervisionado pelo Detran.
Após o leilão, os procedimentos administrativos e pré-operacionais são feitos na sede do órgão. Nos pátios dos depósitos, são realizadas as operações de descontaminação e compactação dos veículos. Conforme Barbará, o processo de descontaminação consiste em retirar do veículo todos os componentes que podem contaminar o solo ou provocar explosões durante a compactação, como combustíveis, óleos, bateria, catalisador e extintor de incêndio.
— Essa etapa é feita por operadores em uma plataforma descontaminadora, que tem o tamanho de um trailer. Nela, é colocado um veículo por vez — explica o responsável pela Divisão de Depósitos.
Segundo o Detran, cada carro leva de 10 a 15 minutos para ser descontaminado, dependendo do seu estado de conservação. Por dia, podem passar pelo processo até 80 veículos.
Ainda no pátio do depósito, é realizada a compactação dos carros, etapa seguinte da reciclagem. O processo impede o reaproveitamento de peças e reduz o volume dos veículos, o que facilita o transporte.
— Nosso objetivo é que os depósitos tenham espaço adequado para atender as pessoas, reduzindo a poluição visual das cidades. Também queremos evitar que os veículos poluam o solo com seus resíduos e favoreçam a proliferação de insetos — afirma Barbará.
Segundo o Detran, são destinados à trituração veículos abandonados há mais de dois anos e que não podem ser leiloados por restrições administrativas, judiciais ou policiais. Barbará explica que são unidades não identificadas, clonadas ou adulteradas, sem segurança para circular. Também são destinados à reciclagem veículos estrangeiros, queimados ou soldados, máquinas agrícolas sem legalização, bicicletas, motores e peças apreendidos em desmanches. Atualmente, são 42 mil unidades nessa situação nos depósitos gaúchos.
O processo de reciclagem é realizado em quatro locais diferentes. Primeiro, o Detran realiza um levantamento do número de veículos a serem reciclados e estima o peso do material ferroso, que é leiloado na Central de Licitações do Estado (Celic). No último leilão, o quilo do aço foi comprado a R$ 0,36, o dobro do preço de mercado, que gira em R$ 0,18, segundo Barbará. A empresa vencedora da disputa fica responsável por todo o trabalho de reciclagem, que é supervisionado pelo Detran.
Após o leilão, os procedimentos administrativos e pré-operacionais são feitos na sede do órgão. Nos pátios dos depósitos, são realizadas as operações de descontaminação e compactação dos veículos. Conforme Barbará, o processo de descontaminação consiste em retirar do veículo todos os componentes que podem contaminar o solo ou provocar explosões durante a compactação, como combustíveis, óleos, bateria, catalisador e extintor de incêndio.
— Essa etapa é feita por operadores em uma plataforma descontaminadora, que tem o tamanho de um trailer. Nela, é colocado um veículo por vez — explica o responsável pela Divisão de Depósitos.
Segundo o Detran, cada carro leva de 10 a 15 minutos para ser descontaminado, dependendo do seu estado de conservação. Por dia, podem passar pelo processo até 80 veículos.
Ainda no pátio do depósito, é realizada a compactação dos carros, etapa seguinte da reciclagem. O processo impede o reaproveitamento de peças e reduz o volume dos veículos, o que facilita o transporte.
— O procedimento é feito por um caminhão prensa, que, dependendo do
tamanho, pode compactar de um a cinco veículos por vez, o que leva menos
de dois minutos. Com isso, um automóvel fica do tamanho de uma
geladeira. Os veículos maiores, que não cabem na prensa, são cortados —
explica Barbará.
Normalmente, a empresa responsável pela reciclagem faz a
descontaminação em um dia, em dezenas de veículos, e volta ao depósito
depois, para compactá-los. O material prensado é levado para uma
siderúrgica, muitas vezes a própria empresa que arrematou a reciclagem.
Na siderúrgica, os veículos compactados são colocados, em blocos dispostos em fila, em um equipamento que realiza sua trituração e seleção — processo que separa os metais de outros materiais. A separação é realizada por meio de esteiras magnéticas e banhos químicos. Na Gerdau, empresa que venceu o último leilão do Detran para reciclar veículos, as máquinas utilizadas têm capacidade de triturar cerca de 200 carros por hora.
Na siderúrgica, os veículos compactados são colocados, em blocos dispostos em fila, em um equipamento que realiza sua trituração e seleção — processo que separa os metais de outros materiais. A separação é realizada por meio de esteiras magnéticas e banhos químicos. Na Gerdau, empresa que venceu o último leilão do Detran para reciclar veículos, as máquinas utilizadas têm capacidade de triturar cerca de 200 carros por hora.
Os resíduos de metal, principalmente o aço, são fundidos
e se tornam matéria-prima industrial. Conforme a Gerdau, o processo de
fusão do aço chega a 1.500ºC e leva, em média, 40 minutos para
transformar a sucata em material líquido. Os outros materiais, como o
plástico, são encaminhados para empresas de reciclagem.
Por ser feito em etapas e em dezenas de veículos por vez, o processo
de reciclagem pode demorar semanas. Em 2010, quando o projeto iniciou, o
Detran reciclou 604 veículos. Três anos depois, em 2013, o número de
unidades recicladas saltou para 4.689, um aumento de 659%. Este ano, até
meados de outubro, 5.866 veículos passam pelo processo, considerado
pelo órgão referência nacional. Desde o início da ação, o acumulado de
unidades reaproveitadas chega a 16,8 mil.
Conforme o Detran, o Rio Grande do Sul foi o primeiro Estado a
realizar esse tipo de projeto no país, servindo de inspiração para
criação de iniciativas semelhantes no Espírito Santo, Mato Grosso do
Sul, Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Alagoas tem um projeto em fase
de implantação e representantes de outros seis estados visitaram o órgão
gaúcho para conhecer a ação: Acre, Amapá, Mato Grosso, Pernambuco, Rio
de Janeiro e Distrito Federal.