domingo, 9 de novembro de 2014

Moradores do Recife usam aplicativo para chamar catador para recolher o lixo reciclável

DANIEL CARVALHO RECIFE, PE - Pelo aplicativo, é possível tanto solicitar coleta em domicílio quanto localizar pontos de entrega para levar o material. Mais de cem profissionais ligados a cooperativas estão cadastrados. Para José Cardoso, 61, catador há 30 anos, a ferramenta digital aproxima sua categoria do restante da sociedade, dirimindo o preconceito. ‘Isso começa a desmistificar essa ideia de marginalidade. A sociedade passa a ver o catador como um trabalhador, passa a nos olhar como empreendedores que somos‘, diz Cardoso, integrante do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis. O Relix foi lançado em setembro e está disponível gratuitamente para Android e IOS.
 
O aplicativo faz parte de um projeto homônimo desenvolvido pela produtora cultural Lina Rosa a pedido do governo estadual. Orçado em R$ 4 milhões, o projeto tem patrocínio do Sesi. No fim do mês, cooperativas irão receber cem bicicletas adaptadas para substituir as carroças atuais, além de bonés, luvas e camisas com proteção solar. Os próprios catadores ajudaram a desenvolver o design da bike, cujo bagageiro comporta meia tonelada de lixo. Além disso, um espetáculo está percorrendo escolas públicas e indústrias de 23 municípios pernambucanos para estimular a reciclagem. Nas escolas visitadas, são instaladas lixeiras seletivas para acomodar os detritos até o recolhimento.
 
Os alunos também recebem uma cartilha ilustrada e os professores, um plano de aula para trabalhar o assunto. INÍCIO DISCRETO Por enquanto, o uso ainda é tímido: cerca de 400 downloads até o início da semana. A catadora Luciana Borges, 37, diz ter feito seis atendimentos em pouco mais de um mês. ‘É muito pouco ainda, e a maioria dos atendimentos é domiciliar. As empresas ainda estão fora do circuito‘, afirma Borges, que trabalha no ramo há 11 anos. O Recife é a sétima capital brasileira que mais gera lixo: 1,290 quilos diários por habitante, ante 1,213 na média nacional, segundo levantamento da ONG Footprint Network.
Agora, a idealizadora do projeto pretende inscrevê-lo na Lei Rouanet para conseguir levá-lo a outros Estados.
 

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