Levantamento foi divulgado pelo Cempre e é relativo ao ano de 2014.
Para advogado ambiental, resultados são 'péssimos' para região.
Dos 56 municípios que compreendem o Oeste Paulista, apenas cinco cidades possuem coleta seletiva, de acordo com os resultados da Pesquisa Ciclosoft 2014, divulgado pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), nesta quinta-feira (25). Segundo os dados, Adamantina, Dracena, Osvaldo Cruz, Presidente Prudente e Tupi Paulista têm algum tipo de programada para coleta de resíduos sólidos.
Para o advogado ambiental Carlos Alberto Arraes, os resultados do levantamento são considerados “péssimos” para a região, pois significam a falta de incentivo das cooperativas, pouco interesse dos governantes em investir nesse setor e ausência de conhecimento sobre a importância da coleta seletiva da população.
“O conjunto desses fatores resultaram nos 'desagradáveis' dados divulgados pelo Cempre. Afinal, se o Poder Público não incentivar as cooperativas e se, as mesmas não fizeram o trabalho de recolher os resíduos nos bairros com frequência e os cidadãos não participarem do ato, não será possível melhorar essa estatística para os próximos anos”, afirma o advogado ambiental.
A coleta seletiva é o mais importante passo para fazer com que vários tipos de resíduos, como vidro, papelões, metais e garrafas plásticas, possam ser reciclados ou tenham uma "final ambientalmente correto", segundo Arraes. Para ele, as atitudes devem ser "reavaliadas".
Em panorama geral das práticas de coleta seletiva nos municípios brasileiros, o levantamento divulgado pelo Cempre revelou, ainda, que, desde que a Política Nacional de Resíduos Sólidos foi aprovada em 2010, houve um aumento de 109% no número de cidades onde a coleta seletiva é realizada. Ao todo, atualmente 927 municípios têm algum tipo de programa de coleta seletiva, o que representa 17% do total de cidades em todo Brasil. Em 2010, o número era de 443 municípios.
O Ciclosoft 2014 também traçou um panorama dos modelos de coleta seletiva adotados pelas cidades brasileiras. A maior parte delas, 80%, ainda utiliza o modelo de coleta porta a porta, enquanto os Postos de Entrega Voluntária estão presentes em 45% das cidades. Também houve um aumento no número de municípios que contrata cooperativas de catadores para auxiliar na coleta, que chega a 76% do total.
No que diz respeito aos materiais coletados, plásticos, papéis e papelão ainda são os mais coletados, representando juntos 60% de toda a coleta. Contudo, o número de materiais rejeitados ainda é considerado alto, na casa dos 20%.
“Se esses materiais forem jogados em lixões ou aterros sanitários, demorarão anos para se decompor. Então, se todos colaborarem com a coleta desses resíduos corretamente, ganharemos com melhores condições de saúde por anos”, explica Arraes.
Outras cidades
A Prefeitura de Anhumas informou que, apesar de não ser citada na pesquisa, também realiza a coleta seletiva na cidade desde 2009, conforme a Casa da Agricultura. Ainda existe um barracão com estrutura para os trabalhadores desenvolverem a separação de materiais.
Já em Regente Feijó, o caminhão passa de segunda a sexta, em bairros diferentes, segundo a prefeitura.
Fonte: Portal G1 Globo